CASO SAIURY: Médicos foram indiciados por homicídio culposo em Aragarças

Conclusão de Inquérito Policial após 1 ano e 2 meses sem realização de perícia criminal

A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Delegacia de Aragarças, concluiu o inquérito policial que apurava as circunstâncias e responsabilidade da morte de uma jovem e de sua bebê, ocorrida na Cidade de Aragarças, no ano de 2023.

Relembrando o caso:

Cuidam-se os autos de uma apuração acerca da morte de uma gestante e de seu feto1, ocorrida em 01 de junho de 2023, durante assistência e intervenção médica pelos profissionais de saúde dos Hospitais Municipais de Aragarças-GO e de Barra do Garças-MT.

A vítima, gestante de 31 (trinta e uma) semanas, procurou assistência médica no Hospital Municipal Getúlio Vargas, às 7h da manhã, na companhia de seu esposo, queixando-se de fortes dores na região abdominal, com tontura, enjoo e náusea.

A equipe médica, então, iniciou o tratamento, com ministração de medicamentos antes mesmo da paciente ser submetida a qualquer tipo de exame laboratorial, que foi pedido somente após 5 (cinco) horas de internação ambulatorial. No final da tarde, os exames ficaram prontos, instante em que se constatou que a jovem padecia de uma enfermidade rara: “síndrome de Hellp”.

Assim, os médicos responsáveis pelo atendimento tentaram transferi-la para Goiânia-GO. No entanto, o quadro de saúde da paciente se agravou, razão pela qual ela foi submetida, às pressas e informalmente, a uma cirurgia, no Hospital Municipal de Barra do Garças-MT, por volta das 21h, pelo mesmo médico que iniciou a assistência em Aragarças-GO. Lamentavelmente, a jovem e sua bebê faleceram.

Um parecer médico, para avaliar o protocolo adotado no caso, foi requisitado pela autoridade policial, que preside as investigações. Porém, os peritos da Polícia Técnica-Científica sequer iniciaram a análise, em que pese todas as reiterações feitas pela Polícia Civil, o que motivou o atraso na conclusão dos trabalhos.

Em decorrência da negligência, os médicos responsáveis pelo atendimento da jovem foram indiciados pela consumação do crime de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. O caso agora está com o Poder Judiciário.

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