Mais uma vez, a Prefeitura de Aragarças aplica um golpe baixo nos próprios atletas.
Os alunos do Sensei Cláudio Japão, da tradicional Academia Scorpion, ficaram de fora de uma competição em outro município, realizada no dia 8 de novembro (sábado), porque o transporte prometido simplesmente não apareceu.
Há mais de vinte anos, o Sensei mantém o karatê vivo em Aragarças de forma voluntária, sem apoio público e sem incentivo algum. Um trabalho silencioso e dedicado, que tem transformado vidas na periferia, onde o esporte é mais do que lazer: é esperança.
Mas esperança, em tempos de descaso, parece não ter lugar.
Em vídeo gravado dentro da Academia Scorpion, o Sensei e seu filho desabafaram, visivelmente abalados, pela frustração de ver seus alunos; crianças e adolescentes cheios de expectativa; impedidos de competir porque o prefeito e o secretário de Esporte decidiram ignorar o pedido de transporte.

Cinco anos de gestão e o esporte segue no tatame da indiferença.
A prioridade nunca foi o esporte, muito menos o karatê, ainda mais quando vem da periferia da cidade, longe das câmeras e dos holofotes do poder.
E a decepção do Sensei não é de hoje.
Ele é pai de Saiury Pereira Correia e avô da pequena Maria Luíza, vítimas de uma negligência médica que comoveu Aragarças em 2023; mãe e filha morreram no Hospital Municipal Getúlio Vargas, deixando uma ferida aberta na memória da cidade.

Hoje, o que se vê é outra dor; a da omissão.
A indignação dos atletas e familiares ecoa como um grito de socorro: o esporte em Aragarças pede respeito, pede dignidade.
Enquanto o poder público finge não ouvir, o karatê e a esperança; continuam resistindo, mesmo que com o coração no tatame.
