Alvos de investigação, jornalistas denunciam perseguição do governador de Mato Grosso

Jornalistas: Enock Cavalcante (lado esquerdo) e Alexandre Aprá (lado direito) foram alvos de operação da Polícia Judiciária Civil de MT

Os jornalistas Enock Cavalcanti e Alexandre Aprá foram alvos de operação de busca e apreensão da Polícia Civil em investigação que apura suposto esquema de fake news; Entidades denunciam abuso e irregularidades.

A Polícia Civil do Mato Grosso cumpriu três mandados de busca e apreensão contra jornalistas no âmbito de uma investigação que apura suposto esquema de divulgação de fake news com o objetivo de prejudicar Mauro Mendes (União Brasil), o governador do Estado. Para Enock Cavalcanti, um dos alvos da operação, a ação policial expressa uma verdadeira perseguição aos profissionais e à liberdade de imprensa.Além dele, o jornalista Alexandre Aprá – que no ano passado gravou imagens de um suposto detetive particular que o seguia – também foi confirmado como um dos alvos da operação.

Outro possível alvo, conforme relatado pela imprensa mato-grossense, seria o jornalista Marco Pinheiro, o Popó, que também é irmão de Emanuel Pinheiro (MDB), o prefeito de Cuiabá.Em vídeo nas redes sociais, Enock descreveu a ação da polícia na sua residência.

A chamada Operação Fake News já está em sua terceira fase e é realizada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos. Celulares e computadores foram apreendidos com os jornalistas. De acordo com a Fenaj e com o SindJor-MT, que pediram o afastamento do governador à Procuradoria-Geral da República em novembro passado, pelo menos 15 jornalistas já foram processados por publicarem reportagens sobre o governo, o governador e seus familiares.

Em nota enviada à imprensa, o governo do Mato Grosso se defendeu: “Esse argumento é totalmente descabido e demonstra total desconhecimento dos fatos que acontecem em Mato Grosso. Essa operação de hoje, realizada pela Polícia Civil, trata-se de um desdobramento de uma operação policial, que foi desencadeada em setembro de 2022, em pleno período eleitoral, ou seja, sem nenhuma ligação com esses fatos.

Eles são investigados por participarem de um esquema que espalhava fake News. Além disso, essa fase não tem qualquer ligação com fatos ou pessoas do governo. O Governo do Estado reforça que em Mato Grosso as instituições públicas, como é o caso da Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário, trabalham de forma independente e com autonomia”.

Fonte: Revista Fórum

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