Em uma iniciativa inovadora que une universidade, poder público e comunidades locais, a Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com o Núcleo de Bioindicadores (NB), desenvolveu um projeto de extensão voltado para o fomento do turismo de observação de aves e o turismo de base comunitária no estado de Goiás. O objetivo é promover o desenvolvimento econômico sustentável por meio do ecoturismo.
O projeto conta com o apoio da Secretaria de Turismo de Goiás e busca implementar quatro macro-rotas de observação de aves pelo estado, integrando essas ações ao diagnóstico do potencial turístico das regiões. Essa análise nessas rotas fazem parte de outros projetos associados, como na região do Araguaia com o projeto Araguaia Vivo 2030 executado pela TWRA (Tropical Water Research Alliance) e financiado pela FAPEG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás) e na região de Terra Ronca com o projeto Geoaves financiado pela Fundação O Boticário e Fapeg.w
A participação do projeto no Terceiro Seminário de Turismo , realizado em Alto Paraíso de Goiás, reforçou seu alcance institucional e a importância da articulação entre os diversos atores envolvidos. Durante o evento, foram apresentadas as perspectivas do turismo ornitológico como vetor de desenvolvimento regional, além de discutidas estratégias de integração com outras modalidades de turismo de natureza já consolidadas na região da Chapada dos Veadeiros.
De acordo com o coordenador do projeto, Arthur Bispo, o foco é capacitar moradores locais para atuarem como guias, condutores e especialistas na área, além de criar roteiros turísticos que complementem os atrativos já existentes. “Queremos que as comunidades sejam protagonistas desse processo, gerando emprego, renda e valorizando o patrimônio natural local”, explicou.
A aposta no turismo de natureza tem ganhado força nos últimos anos e, segundo o projeto, gera uma verdadeira cadeia produtiva. Além dos próprios observadores de aves, esse tipo de turismo demanda profissionais como guias ambientais, condutores, fotógrafos e especialistas em avifauna. Paralelamente, setores como hotéis, pousadas, restaurantes e artesãos também são impactados positivamente.
Alguns estabelecimentos da região da Chapada dos Veadeiros já começam a se adaptar às necessidades desse público específico, oferecendo serviços como café da manhã mais cedo, transporte adaptado e roteiros guiados. “Turistas que saem cedo para observar aves precisam de infraestrutura adequada, e isso está incentivando os empreendedores locais a se ajustarem”, ressaltou.
Além disso, o projeto destaca que o turismo de observação de aves atrai perfis variados de visitantes — desde especialistas até famílias em lazer —, permitindo a criação de atividades complementares que ampliam o tempo de permanência e o gasto médio dos turistas nas cidades visitadas.
Para saber mais sobre o projeto ou entrar em contato com a equipe responsável, basta acessar o site:
A iniciativa representa não apenas uma alternativa econômica sustentável para comunidades rurais e tradicionais, mas também um passo importante para a valorização da biodiversidade goiana e o fortalecimento do turismo de natureza no Brasil central.
Por Hemerson Joca/Tribuna Livre Goiás