A tradicional Temporada de Praia em Aragarças (GO), às margens do Rio Araguaia, é o principal evento turístico da cidade. Ocorre no período de seca (junho a setembro), quando se formam os bancos de areia da renomada Praia Quarto Crescente, a única do tipo no perímetro urbano do Araguaia em Goiás.
Para 2025, o cenário é conturbado. Foi necessário homologar um acordo judicial para viabilizar a temporada, impondo restrições ambientais como a proibição de veículos na faixa de areia e a previsão de multas por descumprimento. Ministério Público, IBAMA, SEMAD e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Araguaia exigiram compromissos formais de gestão ambiental. Essas exigências refletem, em parte, a falta de planejamento e manutenção ao longo dos últimos cinco anos.

O problema não é apenas ambiental; é também econômico e de imagem. As redes sociais se tornaram fator decisivo para lotar ou esvaziar o destino, já que visitantes buscam experiências exclusivas e compartilham o que encontram. Aragarças já viveu o problema do “overtourism”, com muito mais público do que conseguia atender. Agora, corre o risco oposto: afastar turistas, prejudicar comerciantes e consolidar uma imagem de descuido.
A prefeitura de Aragarças tem o desafio urgente de reverter essa percepção, investindo em infraestrutura, cuidado ambiental, como canalizar o esgoto clandestino que é lançado no rio e uma promoção séria do destino, para evitar que o Araguaia se torne um tesouro esquecido; ainda mais considerando que segue atraente e bem cuidado em municípios vizinhos.