Um empresário, que possui convênio com o estado, e uma mulher apontada como aliciadora, foram presos com 63 cartões do programa nesta terça-feira, 29
Ao menos 63 alunos envolvidos no esquema de desvio de verba do programa estadual “Bolsa-Uniforme” podem ser penalizados com a exclusão do ensino militar. Desde agosto deste ano, o Governo Estadual implantou o benefício que, anualmente, destina R$ 970 para 74 mil estudantes dos colégios militares. O valor é para a aquisição de uniformes.
Um empresário, que possui convênio com o estado, e uma mulher apontada como aliciadora, foram presos com 63 cartões do programa nesta terça-feira, 29. O homem ficava com cerca de R$ 250 de cada transação, enquanto que a suspeita era beneficiada com R$ 50. O estudante, por outro lado, ficava com R$ 670, que eram transferidos via PIX. A dupla provocou um prejuízo que pode chegar a R$ 200 mil.
“Vamos instaurar um conselho e eles serão suspensos. Os alunos não ficam sem estudar, a educação é um direito de toda criança e adolescente. Eles serão transferidos para uma outra unidade escolar pública, mas não em nenhum colégio militar e sem acesso ao Bolsa-Uniforme”, explicou a coordenadora do Comando de Ensino da Polícia Militar de Goiás (CEPMGO), tenente-coronel Querén Lelles.
A corporação tomou conhecimento da fraude envolvendo alunos dos colégios militares Major Oscar Alvelos e Hugo de Carvalho após os estudantes continuarem com uniformes antigos. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Marcelo Granja, o CEPMGO possui um regimento interno responsável por fiscalizar o fardamento dos alunos, assim como a aquisição de novas vestimentas das instituições de ensino.
Devido a fraude, todas as unidades militares de ensino vão passar por uma vistoria para identificar se os uniformes dos alunos estão dentro dos padrões. Granja afirmou ainda que a corporação também trabalha com a hipótese de que pais de alunos estariam envolvidos na fraude. O caso é investigado pela Polícia Civil de Goiás (PC).
“Foi identificado que essa aliciadora passava na porta dos colégios e pegava os cartões com os alunos e, em seguida, enviava para o empresário credenciado junto ao estado. Estamos fazendo levantamentos para ver quanto foi desviado. O benefício, em hipótese alguma, será suspenso”, explicou o comandante-geral.
Fiscalização
O presidente da GoiásFomento, Lucas Fernandes de Andrade, diz que o governo possui parceria com a instituição para fiscalizar a aquisição dos uniformes por meio do programa. Um novo edital de credenciamentos de empresas fornecedoras do fardamento será realizado de forma mais rigorosa, de acordo com Lucas.
O cartão, que é em nome do estudante, funcionava por meio de senha, dando autonomia para a criança e/ou adolescente usá-lo. Lucas, porém, afirmou que o benefício possui um mecanismo de defesa para evitar fraudes.
“Este cartão é específico para passar apenas em locais credenciados, sendo impossível ser usado em outros estabelecimentos. Em todo estado, são 144 lojas credenciadas”, concluiu.