Ex-presidente da Goinfra tinha ‘pleno conhecimento’ de esquema, diz delegado

O ex-presidente da GOINFRA Lucas Vissotto foi preso em operação da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) nesta terça-feira. A investigação que recebeu o nome de Obra Simulada investiga suspeita de fraudes em contratos entre a GOINFRA e uma empresa privada. Lucas Alberto Vissotto Júnior, foi exonerado por decreto do governador Ronaldo Caiado em abril de 2024. A saída, registrada como “a pedido”, ocorreu após cancelamentos de licitação e de contrato, diante de suspeitas de irregularidades e sobrepreço.

Também em abril do ano passado, o governador exonerou seis servidores, incluindo diretores e gerentes, por conta de suspeitas em contrato para manutenção predial, com a Prime Construções de Brasília. O contrato, de R$ 28 milhões, foi rescindido e a Goinfra abriu processos administrativos contra os servidores e a empresa. O processo está em investigação pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e pela Polícia Civil.Segundo o delegado e coordenador da operação Danilo Victor Nunes, Vissotto teria “pleno conhecimento do que estava acontecendo”. Além disso, os policias notaram que havia um comportamento peculiar dentro da parte administrativa da diretoria investigada:

Até agora, oito pessoas foram presas. Destas 6 são ex-servidores do governo do estado. A Deccor cumpre ao todo 114 mandados judiciais sendo eles 32 de afastamentos de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático; 26 mandados de bloqueios de bens e valores; sete mandados de proibição de frequência a determinados lugares; 10 mandados de proibição de contratar com o poder público (de empresas envolvidas); 24 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão temporária em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal.

Segundo as informações divulgadas pela Polícia Civil, o contrato foi assinado entre 2023 e 2024 e tinha como objetivo serviços de reforma e manutenção de prédios públicos de Goiás. Entre eles: aeródromos, instalações do palácio do Governo e da própria sede da Goinfra.

As irregularidades foram descobertas por meio de relatórios técnicos e inspeções realizadas pela Gerência de Inspeções da Secretaria Estadual de Infraestrutura (SEINFRA), pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e pela Gerência Estratégica da Polícia Civil na SEINFRA, que descobriram que a empresa contratada teve diversos pagamentos irregulares antecipados, sem que as obras ou serviços fossem realizados para justificar os pagamentos, além de fortes indícios de superfaturamento nas intervenções.Também há indícios de superfaturamento e fraudes em medições e notas fiscais envolvendo.

O objeto da contratação são serviços de reforma e manutenção em 26 prédios públicos no Estado de Goiás (14 postos da Polícia Rodoviária Militar de Goiás; nove aeródromos em diversos municípios; duas obras dentro do Palácio Pedro Ludovico Teixeira e uma obra dentro da sede da Goinfra.) com o valor final contratado de quase R$ 28 milhões. O contrato original teria sido alterado para receber obras que elevaram o valor.

Segundo a investigação,durante o período de contrato a empresa chegou a demolir prédios públicos para justificar o pagamento adiantado.Estima-se que os prejuízos iniciais ao erário público, causados pelos pagamentos indevidos, tenham sido de mais de R$ 10 milhões, sem contar o valor para reconstruir as estruturas que foram demolidas, mas não reerguidas pela empresa contratada.A empresa já era investigada no Tocantins pelo mesmo crime.

Os suspeitos podem responder por corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, lavagem de dinheiro, peculato, entre outros crimes apurados.A reportagem não conseguiu contato com a defesa do ex-presidente Lucas Vissotto.

Por Eliara Salla/CBN GOIÂNIA

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