Prefeitura de Itapuranga é alvo de investigação por suspeita de superfaturamento e gastos irregulares em manutenção de veículos

O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) abriu investigação para apurar denúncias de superfaturamento e gastos suspeitos na compra de peças e execução de serviços mecânicos pela Prefeitura de Itapuranga, entre os anos de 2021 e 2024. A representação, enviada pela Câmara Municipal, cita contratos milionários com as empresas Vólus Tecnologia e Gestão de Benefícios Ltda., Q Frotas Sistemas Ltda. e Prime Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda., apontando possíveis cobranças duplicadas, pagamentos por serviços incompatíveis com a estrutura dos veículos e manutenção de bens que sequer constariam no patrimônio público.

Entre as situações que mais chamaram atenção está o caso de um carro oficial, modelo Mobi Like, que teria recebido dois jogos de pneus novos em um intervalo de apenas seis dias, ambos ainda na garantia, e mais dois pneus pouco depois, sem qualquer justificativa documentada. Há também registros de um veículo que, em um único dia, teria passado por cinco alinhamentos, oito trocas de pneus, 14 balanceamentos e três calibrações, estas últimas cobradas a R$ 40 cada, valor muito acima do praticado no comércio local. Em outro episódio, uma roçadeira teria sido consertada por R$ 5.492, valor superior ao de um equipamento novo.

O TCM identificou ainda casos em que peças foram adquiridas em duplicidade, como a compra de duas bombas hidráulicas para o mesmo carro no intervalo de uma semana, além de situações insólitas, como a montagem de dez pneus em um trator que possui apenas quatro rodas e o balanceamento de rodas em quantidade maior que a capacidade física dos veículos. Parte dos gastos também teria sido destinada à manutenção de veículos e máquinas que não aparecem no inventário oficial do município, somando cerca de R$ 1,29 milhão em despesas questionadas.

Outro ponto levantado é a substituição de baterias antes do término da garantia das anteriores e a execução de serviços idênticos no mesmo dia para um mesmo veículo, levantando suspeita de cobrança repetida. No caso da empresa Prime Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda., o tribunal destaca a ausência de documentos que comprovem detalhadamente os serviços realizados, embora as faturas tenham sido pagas pela Prefeitura.

O prefeito Paulinho Imila, a controladora interna Jéssica Lemes Souza, ex-gestores, secretários municipais e as empresas citadas serão formalmente notificados para apresentar explicações e documentos que comprovem a regularidade dos gastos. Se as irregularidades forem confirmadas, os envolvidos poderão ser multados, responder por danos ao erário e ter suas contas julgadas irregulares, com possível impacto político e eleitoral.

Fonte: Jornal Impacto Xixá

Compartilhe

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

2024 – Mais Araguaia – Todos os direitos reservados | Aragarças-GO