Em ano eleitoral, a criatividade dos pré-candidatos para se destacar no cenário político não conhece limites.

No entanto, um caso em particular vem chamando a atenção: um pré-candidato a prefeito que se veste de gari em suas aparições públicas.

A princípio, a iniciativa pode parecer louvável, uma demonstração de humildade e identificação com a classe extremamente trabalhadora e fundamental. No entanto, um olhar mais atento revela que a atitude pode ser interpretada como demagogia pura e simples.

A hipocrisia por trás do uniforme

É importante lembrar que a função de gari, apesar de essencial para a manutenção de uma cidade limpa, arrumada e urbanizada, é fundamental.

Vestir-se de gari para se promover em pré-campanha eleitoral, portanto, pode parecer uma atitude oportunista e hipócrita.

Ao invés de apresentar um plano de eliminar o lixão de sua cidade, cumprir com a lei de responsabilidade do marco de saneamento básico, promover debates públicos sobre a destinação dos resíduos sólidos da sua cidade.

Na sala central

É como se o candidato estivesse sonhando na sala de comunicação: “Olhem, eu sou um cara do povão!, quantas curtidas eu ganhei? – Na bolha do metaverso, talvez no fantástico mundo de Bob’s, rodeado de aspones.

João Dória se arrependeu

Doria, o “gari por um dia”, jamais sentirá o peso da pá, o calor escaldante do asfalto ou o frio cortante da madrugada. Sua encenação foi uma afronta aos trabalhadores que, dia após dia, varrem as ruas da cidade sem o glamour da mídia.

A demagogia de Doria não escondeu sua falta de compromisso com os direitos dos trabalhadores. Seus reais interesses se revelaram em suas ações como prefeito: privatizações, cortes de gastos e ataques aos servidores públicos.

Demagogia, aqui não!