A morte do aluno bombeiro Lucas Veloso Peres, de 27 anos, durante um treinamento aquático em Cuiabá, ultrapassou o Estado de Mato Grosso. Em sessão plenária na tarde desta terça-feira (5), na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual Karlos Cabral (PSB) afirmou na tribuna que há indícios de crime de homicídio na morte de Lucas. O aluno é natural de uma cidade do interior de Goiás.
Durante o discurso, Karlos citou o caso do aluno Rodrigo Claro, que também morreu durante um treinamento aquático comandado pela tenente Isadora Ledur, em 2016. O deputado disse que o caso não pode ficar impune e que vai pedir a federalização da investigação junto ao Ministério da Justiça. O parlamentar estará em Brasília nesta quarta-feira (6).
“Nós não podemos admitir que mais um caso, que não é isolado, caia no esquecimento. Para se federalizar uma investigação, tem alguns requisitos e dois para mim estão satisfeitos. Uma grave violação de direitos humanos. Para mim, isso aconteceu, um crime doloso contra a vida durante um treinamento de salvamento aquático. E o segundo é o risco de impunidade, que já aconteceu em um caso similar com Rodrigo Claro em 2016. Com base nisso, eu quero pedir a federalização”, disse.
Na manhã de 26 de fevereiro, Lucas Veloso Peres foi retirado das águas da Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Informações iniciais apontavam que ele havia tido um mau súbito e se afogado. Colegas de turma afirmam, no entanto, que Lucas foi submetido a caldos – procedimento em que a pessoa é afogada de maneira reiterada e depois retirado da água.
O deputado disse que Lucas era uma pessoa ativa, praticava diversos esportes e questionou, por informações de colegas da turma, que o aluno tenha tido um mal súbito seguido de afogamento.
Karlos também pediu que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o Ministério Público de Mato Grosso (MPE) e o próprio Corpo de Bombeiros precisam pedir a remessa da investigação para a Polícia Civil para uma apuração isenta.
A morte do soldado-aluno Lucas Veloso Perez será investigada pelo próprio Corpo de Bombeiros Militar. A Polícia Civil, desde a Lei 13.491/2017, não tem mais a competência para investigar crimes entre militares.
“Nós estamos querendo o que é legítimo no Estado Democrático de Direito – uma investigação isenta, um direito à plena defesa, mas a condenação de quem for culpado. E, nesse caso, as minhas preocupações são grandes porque corre um Inquérito Policial Militar. Nada contra a corporação, nem contra a pessoa específica que estava comandando o treinamento, mas o que a gente precisa nesse caso, em se tratando de um crime contra a vida, ainda que por dolo eventual – quando a gente assume o risco do resultado –, que essa investigação deva ser conduzida no âmbito da Polícia Civil”, pontuou.
Fonte: Midia Jur