Duas pessoas são denunciadas por fraudarem licitação em obra de Barra do Garças em 2019

As investigações da Operação Caliandra, deflagrada em abril deste ano, apontam que os crimes investigados teriam sido praticados durante a gestão do ex-prefeito Roberto Farias

Redação/Aragarças-GO

A Justiça Federal recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra dois homens acusados de fraudar licitação e desviar recursos federais destinados às obras de revitalização e ampliação do Porto do Baé, em Barra do Garças, Mato Grosso. A fraude, ocorrida em 2019, resultou em um prejuízo de mais de R$ 270 mil aos cofres públicos, valor que corrigido chega a cerca de R$ 400 mil.

A denúncia é fruto das investigações da Operação Caliandra, que apurou irregularidades na aplicação de recursos públicos federais repassados ao município de Barra do Garças.

Um dos acusados é um empresário, representante da Construtora Chapadense Ltda., e o outro é um servidor público da Secretaria de Obras do Município.

Conforme apurado pelo MPF, a licitação para as obras de ampliação do Porto do Baé incluiu exigências e restrições irregulares que beneficiaram a Construtora Chapadense.

A empresa não tinha condições técnicas e operacionais de executar a obra e havia um acordo prévio de que as obras seriam realizadas pelo próprio servidor público denunciado.

Segundo a denúncia, o servidor desempenhou uma dupla função: executava diretamente boa parte das obras e, ao mesmo tempo, ajudava engenheiros e fiscais a acompanhar as obras do município, facilitando a subtração dos recursos.

A fiscalização municipal atestava serviços incompletos e inadequados, permitindo o desvio de recursos.As investigações, iniciadas após uma denúncia anônima à Polícia Federal em setembro de 2019, revelaram que a empresa vencedora da licitação funcionava em um endereço residencial, sem qualquer indício de atividade empresarial, configurando-se como uma empresa de fachada.Além disso, foi constatado que o servidor movimentou mais de R$ 3 milhões em suas contas bancárias ao longo de quatro anos, valores incompatíveis com sua remuneração. Empresas contratadas pela prefeitura depositavam valores em suas contas logo após receberem pagamentos do município.

A denúncia abrange apenas os dois acusados e a obra pública do trecho 02 do Porto do Baé, mas as investigações continuam e podem resultar em novas denúncias. A Justiça Federal retirou o sigilo do processo, que inclui prisão preventiva, busca e apreensão, e quebra de sigilo bancário e de dados dos acusados. Atualmente, eles estão em monitoramento eletrônico e cumprem outras medidas restritivas.

Nota da Prefeitura de Barra do Garças

A Prefeitura de Barra do Garças esclareceu que os fatos investigados ocorreram antes da atual administração, durante o mandato do então prefeito Roberto Ângelo de Farias. Em 2022, a atual administração identificou irregularidades contratuais e solicitou a rescisão dos contratos envolvidos.

O servidor denunciado está afastado desde o início da operação e responde a um processo administrativo disciplinar.

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