A Polícia Militar de Santa Catarina, através do Conselho de Justificação (CJ), decidiu que Lumen Muller Lohn, a primeira oficial travesti da corporação, seja impedida de ser promovida, resultando na transferência para a reserva e aposentadoria compulsória de Lumen.
De acordo com o CJ, a oficial, que tem 26 anos de serviço na corporação, não apresenta “habilitação ao quadro de acesso [promoção] por falta de requisitos”, diz trecho do documento obtido pelo Terra NÓS.
A major tem diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH) e Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). O conselho justificou a decisão com a “inconstância laboral e questões de ordem comportamental” de Lumen, que contrariou os argumentos em conversa ao Terra NÓS.
“Eu estava sendo acusada de não ter sido promovida algumas vezes. Por mais estranho que pareça, essa é a acusação. E a decisão do conselho é que eu sou culpada de não ter sido promovida estas vezes”, afirmou ela.
Desde 1998 na Polícia Militar de Santa Catarina, a major teve a promoção para tenente-coronel recusada oito vezes pela corporação, contando com janeiro deste ano. Ela, que passou pela transição em 2022, acredita ser uma medida discriminatória.
“Pretendo usar todos os recursos para reverter a decisão e poder continuar trabalhando, progredir na carreira e conquistar promoções. Também quero realizar um dos meus sonhos que é comandar um Batalhão”, destacou ela.
Fonte: Redação Nós