Pobreza na Argentina atinge maior nível em 20 anos; 50% do Argentinos estão oficialmente na miséria

Na medida que a cortina de fumaça do falso "moralismo" de extrema-direita é propagada nas redes, povo Argentino estão passando fome.

Por: Ricardo Rogers/ Barra do Garças

A fome e a pobreza já eram uma realidade na Argentina quando Javier Milei assumiu o poder em 10 de dezembro de 2023.

No entanto, as políticas econômicas drásticas implementadas pelo presidente, focadas em conter a inflação a qualquer custo, aprofundaram significativamente a crise social.

Esse agravamento ainda não impactou negativamente sua popularidade, com pesquisas recentes indicando uma aprovação entre 45% e 50%.

Os produtores de Entre Rios estão jogando toneladas de frutas no lixo, enquanto o consumo nacional caiu 3,4% de janeiro a abril de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Câmara Argentina de Comércio e Serviços (CAC).

Os argentinos estão reduzindo drasticamente o consumo de produtos essenciais como leite, carne e erva-mate. O preço do leite, por exemplo, aumentou 123% de dezembro a março, segundo dados oficiais, levando a uma queda de 18,7% no volume de vendas nos primeiros três meses do ano, conforme monitorado pelo Observatório da Cadeia de Laticínios da Argentina.

Com a população cada vez mais empobrecida e subalimentada, Milei ganha tempo principalmente por ter contido a perigosa escalada da inflação e pela ausência de rivais que possam desafiar sua popularidade. Porém, após um primeiro semestre que, para muitos, superou as expectativas para um outsider sem um programa claro de governo, surgem dúvidas sobre como o presidente planeja iniciar um processo de recuperação econômica que traga alívio aos mais vulneráveis.”O aumento da pobreza se deve, sobretudo, à deterioração do poder aquisitivo e da renda. Basicamente, a inflação avançou mais do que os salários”, explica Leopoldo Tornarolli, economista do Centro de Estudos Distributivos, Trabalhistas e Sociais (Cedlas) e da Universidade Nacional de La Plata.Segundo suas estimativas, baseadas em dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), entre outubro de 2023 e março de 2024 a taxa de pobreza atingiu 50,1%.

O Indec divulga a taxa de pobreza a cada seis meses e, em março, informou que no segundo semestre de 2023, o percentual chegou a 41,7%. Segundo Tornarolli, essa medição está longe da realidade, já que não inclui os primeiros meses de 2024, quando ocorreu a maior deterioração social devido às primeiras medidas adotadas por Milei.

A gestão de Milei, marcada por um ajuste econômico brutal, evidencia o falso moralismo de uma extrema-direita que prega soluções simplistas para problemas complexos enquanto a população luta para sobreviver.

A Argentina enfrenta uma crise que não só desafia a resistência de seu povo, mas também a integridade das promessas políticas de seus líderes.

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