Opinião: A névoa do coronelismo paira sobre Aragarças

Aragarças, como te quero bem...

Por: Ricardo Rogers

Obscurecendo o sol da justiça e do progresso. Um parlamento legislativo com o aroma da indiferença toma o lugar do debate silencioso sobre os anseios da população.

As decisões são tomadas em sussurros nos gabinetes, longe dos olhos e ouvidos do povo.

A sessão legislativa, envolta em um manto de ironia, é agendada para as 16h, quando o cidadão trabalhador está sufocado pelas obrigações do dia a dia.

Sua voz, silenciada pelo relógio, é substituída pelo eco dos decretos obscuros. Sob a ótica do autoritarismo.

Parte da imprensa local, necessitando até pagar a energia elétrica dos studios ilusórios, se omitem diante das atrocidades que assolam a cidade. Suas câmeras, vendadas pela conveniência, se abrem para registrar as manchetes da figura narcisista local, enquanto a omissão ensurdecedora encobre a “passada de pano” por sua desmoralização.

O Ministério Público, outrora guardião da justiça, se encontra em estado de letargia. Autoridades fechadas às realidades que os cercam, parecem viver em “metaverso”, uma Flórida particular, enquanto a cidade se afunda em um mar de desmoralização.

A morosidade se torna cúmplice da impunidade, alimentando a sensação de que a lei é apenas uma teia de aranha, facilmente rasgada pelas circunstâncias.

A cidade que outrora se orgulhava de ser o berço da Fundação Brasil Central, através da heroica Marcha Para o Oeste, hoje se vê encurvada sob o peso da desmoralização.

A esperança, outrora farol que guiava seus passos, se esvai diante da inércia de seus líderes e da omissão daqueles que deveriam defendê-la.

Em um último ato de desespero, Aragarças se volta para a cidade vizinha, Barra do Garças no Estado de Mato Grosso, implorando pela ajuda do GAECO. A esperança, ainda que tênue, reside na força da justiça que emana de fora, pois as instituições locais se mostraram incapazes de combater o monstro que a corrói, a criminalidade local, o berço das facções, o ninho das entidades tenebrosas.

Uma cidade que se rendeu à apatia, à indiferença e à tirania. É um grito de socorro que ecoa no vazio, buscando despertar a consciência adormecida de seus habitantes.

Getúlio Vargas

Se o finado Getúlio Vargas visitasse Aragarças em dias atuais, seus olhos, calejados por tantas lutas, presenciaria um cenário que o remeteria aos fantasmas do passado que tanto combateu.

Aragarças, outrora símbolo da esperança e do progresso na Marcha para o Oeste, se vê envolta em um manto tenebroso de silêncio e autoritarismo.

A política, outrora palco de debates e ideias, se vê dominada por coronéis que controlam o poder e manipulam as leis em benefício próprio.

Que nesse ano eleitoral, Aragarças possa se libertar das amarras de entidades tenebrosas que a prendem em um atraso desolador, e que possamos lembrar a cidade que Getúlio projetou: a marcha do progresso.

Presidente Getúlio Vargas – Fundação Brasil Central.

Artigo de opinião, de liberdade de expressão defendido pela carta magna vigente nesse País.

Ricardo Rogers

Jornalista

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